Você já se viu na situação em que fez uma coisa somente pela força do hábito, quase num piloto automático? O modelo da mente tenta entender por que isso acontece. Esse artigo procura, então, explicar as principais teorias que buscaram resolver esse mistério: a de Sigmundo Freud, pai da psicanálise; e a de Gerald Kein, cujo modelo embasa a hipnose clínica até os dias de hoje.
O que é modelo da mente?
Muito se especula sobre como a psicologia se relaciona com as ações humanas e suas interpretações do mundo. Sigmund Freud procurou a solução para esse mistério, e bolou sua teoria sobre os níveis da consciência ou Modelo Topológico da Mente. Durante anos de estudo, ele percebeu que a psiquê humana se dividia em três níveis distintos de funcionamento:
- Consciente;
- Pré-consciente;
- Inconsciente.
Segundo Freud, o nível consciente representava apenas 10% do total. Mais tarde, Gil Boyne, o primeiro hipnoterapeuta americano, declarou que apenas 20% dos pensamentos e atitudes são conscientes. Para os cientistas mais recentes, apenas 1%. De qualquer forma, a percepção é sempre a mesma, o estado consciente é a minoria. Mas então, como os outros nos influenciam? Para responder isso, é interessante analisar as teorias do próprio Freud, e a de Gerald Kein, um dos melhores hipnotistas do mundo.
Modelo da mente de Freud e Kein
Quando Sigmund Freud criou a teoria psicoanalítica, classificou a mente humana em três camadas distintas. Após sua morte, sua teoria permaneceu guiando muitos estudiosos. Então, o hipnotista Gerald Kein a aperfeiçoou, e até hoje a hipnose clínica atua com base nessa nova versão.
A teoria Freudiana da mente
Freud dividiu a mente humana em três níveis de consciência. A primeira delas, a mente consciente, é aquela que inclui tudo que os seres humanos têm contato pela racionalidade. A segunda, a mente-pré consciente, ou subconsciência, é a parte que guarda as memórias comuns. Por fim, existe a mente inconsciente, o reservatório de sentimentos e memórias distantes.
Nesta última, Freud acreditava estar guardado boa parte do conteúdo sensível da mente, que gera ansiedade e conflitos internos. Segundo ele, o inconsciente influencia os comportamentos e experiências de uma pessoa, mesmo que ela não perceba. Por isso, geralmente são notados apenas em sonhos ou em deslizes de linguagem, os “Freudian slips”.
Embora o terceiro nível de consciência influencie muitas das ações e pensamentos, não há uma via certa de como acessar o inconsciente. Muitos dos esforços da psicanálise giram em torno de interpretação de sonhos e observação de hábitos. Dessa forma, ao prestar atenção em certas deixas, é possível de certa forma entender o que se passa.
Kein e o novo modelo da mente
Depois de um tempo, quando o modelo da mente Freudiana envelheceu, Gerald Kein o reformulou. Da mesma forma, ele considerou a divisão da mente em três níveis, consciente, subconsciente e inconsciente. Por ele mesmo ser um grande hipnólogo, sua teoria teve grande aceitação na hipnose clínica, até hoje utilizada.
Segundo Kein, a mente consciente é aquela que representa onde está o raciocínio, a força de vontade, as memórias de curto prazo, e principalmente, o fator crítico de uma pessoa. O fator crítico, por sua vez, é aquilo que a hipnose reduz no transe. Ou seja, o componente que julga certo e errado, que tem pré-concepções e questiona.
Quando o fator crítico se rebaixa, a hipnose consegue atingir o segundo nível, a mente subconsciente. Nela se armazenam as memórias de longo prazo, os hábitos, o instinto de autopreservação e as emoções humanas. Por fim, existe o nível inconsciente, onde está o Sistema Nervoso Autônomo, que controla funções involuntárias, e o sistema imunológico.
Conclusão
Freud e Kein concordam que o comportamento humano sofre influencia da psicologia. A mente humana, para ambos, se divide em três níveis, a mente consciente, subconsciente e inconsciente. Além disso, os dois concordam que a consciência representa pouca influência nas decisões feitas no dia a dia. Contudo, a psicanálise de Freud se debruça mais para a mente inconsciente e para a sua interpretação subjetiva. Enquanto Kein, se dedica ao nível subconsciente, pelo uso da hipnose.
O modelo da mente de Kein explica que é possível agir de maneira automática por conta do subconsciente. Nele ficam armazenados todos os hábitos e memórias de longo prazo de um indivíduo. O papel da hipnose, portanto, é o de passar pela consciência e chegar no segundo nível. Assim, é possível se comunicar e alterar certos hábitos, fazendo com que a pessoa tome decisões não-conscientes que se alinhem com a consciente.
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