Texas executa policial cuja testemunha foi hipnotizada

Seus advogados tentaram impedir a pena, alegando ocultação do fato de que uma testemunha havia sido hipnotizada, o que acabou por alterar sua lembrança.

Robert Fratta

Sobre o caso de Robert Fratta

Robert Fratta foi o primeiro prisioneiro a receber a injeção letal no ano de 2023. O crime que o levou para esse fim ocorreu em 1994, no qual foi mandante do assassinato de sua ex-esposa, Farah Fratta.

A aparente motivação do crime foi o enfrentamento de um duro divórcio e uma batalha pela custódia dos três filhos. Os promotores ligados à investigação disseram que Fratta, antes de realizar o crime, expressava repetidas vezes seu desejo de ver sua esposa morta.

Chegou a perguntar, além disso, se alguns de seus conhecidos teriam o contato de alguém que a mataria. Até mesmo confessou seu plano a um amigo: “Vou matá-la, cumprir minha pena e, quando eu sair, terei meus filhos”. 

Os dois homens contratados por Fratta para o assassinato, o intermediário Joseph Prystash e o atirador Howard Guidry, também foram enviados para o corredor da morte.

A questão da Hipnose Forense

A Suprema Corte dos EUA rejeitou na terça-feira um recurso dos advogados de Fratta para interromper a execução. Eles argumentaram que os promotores ocultaram evidências de que uma testemunha do julgamento havia sido hipnotizada.

O problema disso, segundo eles, é que a Hipnose alterou sua lembrança inicial. Os promotores, contudo, asseguraram que a sessão de hipnose não produziu novas informações ou identificações. Portanto, o recurso contra a execução da pena não deu certo, e o processo seguiu até o fim, com a aplicação da injeção letal.

Hipnose e falsas memórias

Mesmo que a alegação dos advogados tenha sido revista e negada, surgem algumas questões. Será que de fato as memórias de testemunhas hipnotizadas são confiáveis, e devem ser levadas em consideração durante uma investigação criminal? A verdade é que esse tipo de dúvida é muito razoável, e merece boa atenção.

Em transe hipnótico, a sugestionabilidade de uma pessoa aumenta de forma considerável. Por isso, além de ser possível que o indivíduo experimente alucinações, é bastante possível que falsas memórias possam surgir, por conta de sugestões diretas ou indiretas.

Pela falta de um critério que separe memórias falsas das verdadeiras, além da possibilidade do hipnotizado mentir durante a hipnose, memórias em transe hipnótico não podem jamais constituir uma prova para nada, mas sim apenas promover a facilidade de chegarmos aos fatos. Isso porque a potencialização da memória, sob efeito da hipnose, é elemento importante para conduzir a investigação criminal.

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