Passe Magnético: a teoria e a prática à luz da hipnose

O passe magnético foi uma prática influenciada pela Teoria do Magnetismo Animal de Franz Mesmer, seu criador. Allan Kardec, do mesmo modo, criou, com base nessa mesma teoria, o passe espírita. Mas como justificar o poder de cura que atingiam com tais métodos controversos? É essa a questão que o artigo procura responder.

Passe magnético de Mesmer

A Teoria de Mesmer: magnetismo animal

Franz Mesmer foi um físico alemão, criador da teoria do magnetismo animal e do passe magnético. Ou seja, para ele, os indivíduos têm o poder de causar efeitos similares aos dos imãs. Contudo, o que Mesmer explicava, mesmo sem perceber, eram os frutos da hipnose não-verbal.

Em 1777, Mesmer ficou conhecido pela cura da cegueira de uma pianista, Maria Theresa Paradis. Contudo, não existiam danos físicos nem nos olhos nem em seu cérebro, o que sugeria uma causa psicológica. Foi possível, então, que Mesmer a desse sua visão de volta, pelo simples fato de fazer uma sugestão hipnótica.

O passe magnético mesmeriano

O passe magnético é uma criação prática da Teoria de Mesmer a respeito do magnetismo animal. Tal passe é caracterizado pela imposição de mãos ao paciente. Ele, o sujeito com autoridade para tal, direciona os fluidos magnéticos de um indivíduo com a finalidade de o curar. Contudo, visto de forma cética, se explica puramente por hipnose.

A maioria dos que procuravam pelo passe de Mesmer buscavam a cura para doenças psicológicas ou para receber fluidos positivos. Em primeiro lugar, aqueles que o procuravam já o viam como autoridade. Além disso, já estavam na posição de aceitar sugestões. Mesmo sem uma palavra, seus pacientes eram hipnotizados.

A hipnose é, de forma comprovada, uma técnica que pode solucionar problemas mentais. Então, não é surpresa que Mesmer tenha sido capaz de utilizar de sua posição para hipnotizar seus pacientes e os tratar. Contudo, o fato da cura não diz respeito a sua teoria, mas sim sobre o poder da hipnose.

Kardec e o passe magnético no espiritismo

O pai da religião espírita, Allan Kardec, foi um aluno de Mesmer. A prática do passe espírita sofreu, também, influencias da Teoria Mesmeriana. Assim como seu mestre, Kardec também impunha as mãos pelas pessoas, mas ao invés de manipular fluidos magnéticos, os tratavam com bioenergia e fluidos espirituais.

A Academia da Hipnose já fez uma matéria sobre hipnose e espiritismo ao explicar muitos eventos paranormais com os efeitos da auto-sugestão hipnótica. Nesse caso, não é muito diferente. Da mesma forma, os passes espíritas também se encaixam com a definição de hipnose. Assim, e somente assim, é possível que a ciência entenda sua capacidade de cura.

James Braid e a superação do mesmerismo

James Braid foi um cirurgião escocês e um homem bastante cético. Em 1841, ficou intrigado com a apresentação de Charles Lafontaine, que usava o mesmerismo para fazer truques. Embora no começo Braid acreditava ser puro charlatanismo, se convenceu que se tratava de algo real quando viu genuinidade em alguns voluntários.

Foi Braid quem descartou, pela primeira vez, que eram os fluidos magnéticos as possíveis explicações para o que acontecia. Curioso, começou a realizar experimentos com seus amigos. Eventualmente, descobriu se tratar da fixação dos olhos em um ponto que induz ao transe, ou seja, a atenção e o foco eram a chave para o mesmerismo. 

Ele foi capaz, depois disso, de induzir o transe fazendo com que seus pacientes se concentrassem em uma variedade de objetos. Em 1842, Braid criou o termo “hipnotismo” para denominar os efeitos do que descobrira, tentando se desvencilhar da Teoria de Mesmer.

Braid usou o hipnotismo para tratar com sucesso uma ampla variedade de condições. Além da palavra, Braid deixou para a posteridade a compreensão do que realmente é a hipnose: um fenômeno psicológico que tem raiz fisiológica. Assim, ficou conhecido por alguns como “Pai da Hipnose”.

Conclusão

O passe magnético recebeu influência da teoria do magnetismo animal de Mesmer, ou mesmerismo. Em suma, a prática procura utilizar as mãos para manipular os supostos fluidos magnéticos do corpo do paciente. Assim, em teoria, é possível curá-lo de doenças. Embora tal explicação não convença a ciência, a hipnose ajuda a compreendê-la.

Tal processo utiliza da hipnose não-verbal, em que, mesmo sem uma palavra, o indivíduo entra em transe e pode ser curado. Do mesmo modo, o passe espírita também é hipnose e atua de forma semelhante. O passe magnético, ou espírita, portanto, utiliza das técnicas hipnóticas para tratar, e até mesmo curar, um indivíduo.

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