Milton Erickson: as contribuições da hipnose ericksoniana e os perigos da criação desse termo

Milton Erickson muito contribuiu à hipnose com suas técnicas de indução indireta. Seu conceito de linguagem hipnótica, além disso, originou a PNL. Embora seja claro sua importância, o termo “ericksoniano” cria mais problemas do que soluções. Nesse artigo, portanto, vamos explorar a hipnose ericksoniana e os perigos da criação desse termo.

Milton Erickson

As contribuições de Milton Erickson

Milton Erickson foi um psiquiatra e psicólogo, especializado em hipnose médica e terapia familiar. Ele é muito famoso no meio da hipnose, conhecido por suas técnicas indiretas, tais como:

  • Sugestão indireta;
  • Confusão mental.

No primeiro caso, ao invés de dizer “você vai entrar em transe”, ele optava por “você pode confortavelmente aprender como entrar em transe”. No caso da técnica de confusão mental, seu ponto é de que uma pessoa confusa fica com a mente consciente ocupada, e por isso se torna mais inclinada ao transe, sem muita resistência.

A confusão mental é uma técnica comum não só dentro do consultório de hipnose mas também, infelizmente, no dia a dia. A utilização da confusão mental dentro das clínicas, porém, não fazem mal. Afinal, são sugestões de médicos, terapeutas, que realmente querem favorecer a vida de seu paciente.

Técnica de linguagem hipnótica

Uma outra técnica muito comum é a de linguagem hipnótica. O Modelo Milton é considerado o modelo de hipnoterapia baseado em padrões de linguagem hipnótica. Foi estudado, definido e modelado por Richard Bandler e John Grinder na PNL, a programação neuro-linguística.

Qual o problema do termo “ericksoniano”?

Jeffrey Zeig, aluno de Erickson, criou o termo hipnose ericksoniana para se referir às contribuições de seu mestre à hipnose. Embora Zeig não tenha feito com más intenções, o termo cunhado acabou gerando problemas para toda a comunidade da hipnose. 

Milton Erickson criou outro tipo de hipnose?

A hipnose é um só corpo de estudo, e isso precisa ficar claro. As únicas diferenças entre os métodos feitos em transe são justamente os diferentes objetivos. Ou seja, uma pessoa que decide fazer hipnose por diversão terá um tratamento diferente daquela que faz por motivos médicos.

Quando o conceito de hipnose ericksoniana surgiu, criou-se uma falsa noção de divisão. De um lado há a hipnose clássica, para se referir àquela com métodos “velhos”, e do outro, a ericksoniana, mais moderna. Contudo, isso não é verdade, pois tudo depende do objetivo do paciente.

Enquanto a hipnose clássica produz resultados extremamente rápidos, a de Erickson é mais lenta. Isso porque seu método utiliza a linguagem, o que requer um maior número de sessões. Contudo, ambas podem gerar resultados igualmente eficazes.

O problema do oportunismo

Outro ponto crítico que surge da criação do termo é que deu espaço para oportunistas. Isso porque muitos charlatões usaram dessa divisão para criar novos termos que os favorecem. Muitas vezes, até, usando o próprio nome como uma terceira via mais efetiva, o que não é verdade.

Conclusão

Milton Erickson contribuiu com suas técnicas de indução indireta: a sugestão indireta e a confusão mental. Ambas utilizam da teoria de linguagem hipnótica, cuja contribuição serviu para a criação da Programação Neurolinguística. Por conta de sua importância, o termo hipnose ericksoniana foi criado para diferenciar seus métodos dos demais.

Os problemas derivados dessa criação foram dois. Primeiro, gerou uma falsa sensação de que tudo que não vem de Erickson é velho e nada eficaz. Além disso, abriu espaço para oportunistas usarem seus próprios termos. Portanto, não usar esse termo não se trata de negar os feitos de Erickson, mas de proteger as pessoas de confusões mentais.

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