Lula ridiculariza doenças mentais e culpa videogames

Em reunião com ministros e governadores, cuja pauta era prevenir a violência, Lula afirmou que pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso podem causar uma desgraça. Suas afirmações foram rechaçadas por associações e especialistas de transtornos mentais.

O presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, declarou nesta última terça-feira dia 18/04/2023 que pessoas com transtornos mentais têm “desequilíbrio de parafuso”. A frase foi dita em reunião em Brasília com ministros e governadores, cujo objetivo era prevenir a violência nas escolas.

“Temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça” – afirmou o presidente do Brasil.

A AMME – Associação Mãos de Mães de Pessoas com Esquizofrenia – manifestou-se sobre suas declarações, afirmando tratar-se de uma declaração “capacitista e desrespeitosa”:

“Além desta fala totalmente desrespeitosa para com os que tem transtornos mentais ainda complementa de que são violentos. Você vai se calar diante disso ou vai dizer que foi só uma brincadeirinha?”

A culpa é do videogame

Agindo de forma contrária à época de sua candidatura, onde havia afirmado que manteria isenção de impostos para videogames, Lula afirmou ainda que o videogame é o culpado de mortes e transtornos: “Não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. E cada vez muito mais mortes do que na segunda guerra mundial”.

Na verdade, desde o início dos fliperamas, os videogames têm levado a temática da conquista e do amor. E isso inclui desde clássicos antigos, como Jungle Hunt, Donkey Kong e Double Dragon, que mostram os personagens lutando para salvar suas amadas, até os modernos jogos de Xbox e Playstation.

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Descaso com a saúde mental é antigo

“Falta de Deus, frescura, falta de surra, incorporação de demônios, video games… isso é o que se fala de quem possui sofrimento mental. Infelizmente esse descaso com a saúde mental é muito antigo” – declara Eduardo Maia, Doutor em Hipnose Clínica e especialista em doenças mentais.

E ele prossegue: “ao culpar fatores externos, como parafusos desequilibrados e videogames, nossa atual liderança política tenta se isentar de cuidados com a saúde mental da população. Certamente esse é um dos fatores do Brasil estar entre os campeões de desordens mentais”.

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Solução corporativa

A OMS alerta que a depressão e a ansiedade causam uma perda anual de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. Porém, para cada US$ 1 investido em saúde mental dos colaboradores, US$ 4 são percebidos em ganhos com o aumento da produtividade.

Sendo os tratamentos particulares individuais caríssimos, e com o descaso nacional no que se refere às desordens mentais, a Academia da Hipnose lançou um programa de saúde mental para empresas de baixo custo. O objetivo é alocar hipnólogos clínicos, especialistas em doenças mentais, para cuidar da saúde mental dos funcionários onsite, além da resolução de conflitos, prevenção de afastamentos, recaídas, e inclusive prevenção ao suicídio. Mais informações podem ser obtidas no site da empresa em www.academiadahipnose.com/empresas